segunda-feira, 18 de março de 2013

MEC – RAIZ DOS MALES DA EDUCAÇÃO BÁSICA BRASILEIRA



Parte I

Quando se fala dos fracassos da educação brasileira, a grande maioria das pessoas ligadas á educação ou não, geralmente culpa: professores, os pais dos alunos, a pobreza, as drogas e aos próprios alunos. Até agora, porém, jamais ouvi alguém questionar o Ministério da Educação, mas este simples mortal que escreve este texto ousa fazê-lo; se com propriedade ou não, não sei, ficará a critérios de você caro (a) leitor (a) avaliar minha minhas colocações. 

Observa-se que a grande maioria dos livros didáticos aprovados pelo MEC, é escrita por mestres e doutores – que infelizmente – em sua maioria, se acham acima do bem e do mal, considerando-se semi-deuses e, consequentemente, inquestionáveis, pela vaidade de suas formações profissionais; que em sua imaginação, todo mundo tem que “engolir” – quer dizer, aceitar tudo o que é produzido por lá sem nenhum questionamento. Isto certamente não é algo positivo.

A maioria dos escritores elabora os conteúdos como se estivesse escrevendo para sí mesmos, pois colocam exemplos insuficientes para a fixação plena dos pontos necessários a serem lembrados pelos alunos. Colocam excessos de perguntas para as quais não existe nenhuma base anterior que possa ajudar nas respostas esperadas.

Tenho observado muito isto em livros de português e matemática. Quando se trata da língua portuguesa a coisa é ainda pior, tenho encontrado textos para leitura entre 6 e 8 páginas cheias-, nada contra a leitura - nem poderia estar, pois sou educador; mas é evidente que um texto longo demais para ser lido em sala de aula, se torna cansativo e enfadonho.

Ademais, deve ser levado em conta a faixa etária dos alunos, para que eles possam absorver adequadamente com proveito real, determinadas informações – com possibilidade de interpretação plena por eles; sem os excessos de armadilhas que estão nos livros com o intuito positivo de fazê-los errar as respostas. Eu aprendi que o bom (boa) educador(a) é aquele (a) que se torna um “facilitador da aprendizagem”, e não um complicador dela.

Muito mais eu poderia dizer aqui sobre os muitos livros ruins que estão circulando por aí nas escolas brasileiras, porém, o texto ficaria longo demais, mais do que já está. No entanto, vou citar aqui apenas um exemplo de inadequações encontradas em um livro de língua portuguesa utilizado em uma das escolas particulares aqui de chapadinha. Ao ajudar um aluno a entender a diferença entre “orações coordenas” e “orações subordinadas” tive de recorrer a um dos meus livros de uso pessoal, pois o do aluno não tinha nenhuma lista de conjunção – nem coordenada nem subordinada. O autor queria que o aluno adivinhasse; ou então que pesquisasse em outra fonte.

Ora, veja bem, se para entender o que está no livro de um autor a pessoa precisa recorrer ao de outro, então aquele que se tem é inútil, não corresponde às necessidades de quem o possui para aprender devidamente alguma coisa.

Tenho ciência de que jamais terei poder para mudar alguma coisa; todavia, vale aquele ditado que diz: “sonho que se sonha junto vira realidade”. E meu sonho é que o MEC algum dia não muito distante, reveja a sua política de redação dos livros didáticos pelo menos de português e matemática, para que os males da Educação Básica brasileira, sejam pelo menos reduzidos.

Francisco C. Silva



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